Hoje, no começo da tarde, enquanto nós quatro cumpríamos a nossa tarefa semanal de toda sexta-feira desde início da pandemia (lavar a área externa de nossa casa), aconteceram dois fenômenos com Yuri (13 anos).
Fenômeno 1 (lado infantil): Yuri começa a dançar e brincar enquanto ensaboava o chão e de repente leva um baita tombo. Além do orgulho, bate o queixo no chão e a perna, mas sem cortes ou sangue. O pai arruma uma bolsa de gelo e ele coloca no queixo.
Fenômeno 2 (lado adulto): Enquanto segura a bolsa de gelo, Yuri vira para o pai e pergunta, assim como quem pede para passar o sal na hora do almoço: "Como faz para tirar meu bigode?" O tal bigode que apareceu em meados do ano passado e ainda é uma penugem. O pai tranquilamente diz que vai lhe mostrar. Meu coração acelera em um misto de orgulho, susto, emoção.
E, no meio da tarde, vejo ele e o pai no banheiro. O pai lhe apresentando os instrumentos, Yuri atento e tranquilo.
Eu me lembrando de uma cena de uns 10 anos atrás, ambos no banheiro, Yuri brincando de imitar o pai, com uma tatuagem de mentira igualzinha a dele.
Foi assim, no meio de uma tarde nublada, última sexta-feira das férias dele antes do retorno às aulas (ainda online), que ele atravessou um dos portais para a vida adulta. Sob a orientação assertiva do pai e a emoção e curiosidade da mãe - que se policiou bastante para não invadir (muito) um espaço sagrado masculino.
Felizes novas descobertas e transformações para meu filho adolescente! Que seu pai seja sempre seu reflexo de masculino presente, aberto, cuidadoso e ético.
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