Hoje resolvi registrar aqui uma atividade realizada há menos de 3 meses no Hospital Municipal e que faz parte de uma série de ações que estão sendo realizadas pela Secretaria de Saúde de Uberlândia afim de promover a reflexão e melhorar a assistência obstétrica nos vários pontos da rede que acompanham a mulher e sua família durante à gestação, parto e pós-parto....
Muita coisa ainda para melhorar mas gostaria de deixar registrado também a parte boa da história em nossa cidade....
Desde o início do ano que eu assumi a função de Apoiadora da Humanização do Parto e Nascimento no SUS de Uberlândia e tenho visto muito interesse e envolvimento dos profissionais no assunto.
O Hospital Municipal tem feito um trabalho bem interessante no que diz respeito ao incentivo ao parto normal com menos intervenções e também tem acolhido com carinho tudo que é proposto em relação à Humanização...
Aqui só um exemplo de várias outras atividades e encontros realizados (o texto foi escrito na época)
SOBRE O EVENTO DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO
REALIZADO NO HOSPITAL MUNICIPAL
Sexta-feira passada,
dia 01/08/2014, pela manhã, realizamos uma Roda de Conversa sobre “Recursos não
farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto”, no Hospital
Municipal, para profissionais da saúde de dois pontos cruciais da Rede SUS: o
próprio Hospital Municipal e a UAI Martins, Unidade de Pronto Atendimento de
referência para todas as gestantes da Rede.
Foram nove palestrantes, sendo duas (eu
e a Dra Bárbara, coordenadora da Saúde da Mulher) convidadas para
contextualizar a realidade atual de nossa Rede e os(as) demais (2 médicas, 1
médico, 2 psicólogas, 1 enfermeira obstetra e 1 arte-educadora e eutonista)
como apresentadores(as) de recursos e técnicas possíveis de serem utilizadas de
forma substitutível ou complementar aos recursos farmacológicos.
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Método Lamaze (Marília Celeste Matos Druczkoski –
Médica ginecologista, homeopata, acupunturista e instrutora de yoga de Irati
(PR)
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O papel da doula e do acompanhante (Maria Augusta
Silvestre de Melo – Psicóloga, mestre em Ciências da Comunicação, estudiosa
do processo de gestação e nascimento há mais de 20 anos)
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Hipnoterapia (Livia Silva Alvarenga Behnke –
Psicóloga, hipnoterapeuta, doula e apoiadora da mulher)
·
Acupuntura e Moxa (Walid Makin Fahmy – Médico
ginecologista e obstetra, acupunturista, coordenador da Obstetrícia do Hospital
Municipal de Uberlândia)
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Medicina Antroposófica (Tania Helena Alvares – Médica
mestre em Nefrologia com formação ampliada pela Medicina Antroposófica,
fundadora do Instituto Ajnar e médica do Núcleo de Práticas Integrativas da
Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia)
·
Eutonia (Fernanda Bevilaqua – Diretora artística do UAI Q
Dança, pedagoga, especialista em Arte Educação, eutonista e cadeísta GDS)
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Recursos atualmente disponíveis no Hospital Municipal (Luana Rodrigues
Ferreira Silva – Enfermeira obstetra do Hospital Municipal de Uberlândia,
mestre em Ciências da Saúde, Apoiadora do Programa de Qualificação da
Assistência Perinatal de Minas Gerais
É com emoção e gratidão que comunico que
o auditório estava lotado, com mais de 55 participantes (20 médicos, 28
enfermeiros e técnicos de enfermagem e 7 de outras categorias profissionais,
dentre psicólogos, assistentes sociais e doulas). O que demonstra abertura,
interesse e envolvimento da Rede com o assunto.
E a cada palestrante, mais emoção eu
sentia. A gente, no coração de um grande hospital, falando de um outro modelo
de saúde e de assistência, que compreende o humano (no caso mais específico, a
mulher) como um ser bio, psico, social e espiritual e o acolhe como tal.
Pensando no trabalho de parto como um processo natural e saudável e
consequentemente a “dor” como algo que diz sobre o processo e que, portanto,
necessita ser considerado... “afinal, qual o problema de sentir dor?”, “e a dor
não é só física, é dor da alma”, “pontos energéticos, toque, olhar...”, “saber
a história que cada um traz”,
“evidências científicas”, “acolhimento, respeito, silêncio”, foram sentimentos
e palavras que circularam pelo discurso de cada um e de todos... Um momento de encontro, de reconhecimento e
de aprendizado.
Falar de humanização é falar de todos os
envolvidos, é focar nas necessidades dos indivíduos e oferecer condições de uma
vivência dos processos (saúde, doença, vida) de forma mais autônoma, pessoal e
respeitosa. No final, os participantes puderam questionar, falar, se
expressar... Fica evidente a necessidade de fala e de comunicação que nós,
profissionais, carecemos. Que possamos nos encontrar mais, nos acolher e buscar
soluções para os desafios. Obrigada, de coração aos que doaram seu tempo para
esse encontro. E para os palestrantes, que doaram além de seu tempo, suas
experiências e paixões, um grande e apertado abraço na alma. Vocês fazem a
diferença no Mundo! Nos encontramos novamente, em breve!
Alessandra Araújo
Apoiadora de Humanização do Parto e Nascimento
Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia