Esse post foi motivado por
algumas sementes de girassol. Sementes que plantamos em nossa casa essa semana
e que brotaram. Sementes de um aniversário que fomos no último domingo, de uma
coleguinha de escola do Yuri. O aniversário foi em sua casa, “uma chácara”, no
gramado, e a lembrancinha foi essa: sementes, um pote e terra.
Eu sempre gostei de festas, sou
uma pessoa social, que gosta de comemorar e de compartilhar momentos. Quando os
meninos nasceram, essa comemoração e compartilhamento ganharam novos sabores.
Mas também comecei a frequentar festas de aniversários de crianças (várias!) e
os questionamentos são inevitáveis.Começando pelos buffets das
festas infantis. Tipo de festa comum atualmente mas que praticamente não
existia na minha infância. Reconheço a praticidade e conforto de se contratar
um lugar com a festa, mas me incomoda muito a homogeneização. Festa infantil em
salão de festa é sempre igual! Nenhuma marca pessoal. Muda-se a decoração da
mesa de bolo e só. E mesmo a decoração não muda muito, os temas são sempre os
mesmos. A festa está pronta, o aniversariante e sua família são apenas “convidados
especiais”, pois é quem paga pela festa. Nenhum trabalho para montar, preparar,
limpar ou estruturar a festa. Isso é visto como vantagem para a maioria das
pessoas. Para nós sempre foi esquisito essa tal impessoalidade. Gostamos de pôr
a mão na massa, do suor, do estresse e da “perda” de tempo meses antes para
inventar e preparar a mesma... gostamos de imprimir a nossa cara na festa. Gostamos
de enfeitar a nossa casa. Desde a escolha do tema, até construir os enfeites,
as brincadeiras e as lembrancinhas. Trabalhoso mesmo! Acabamos precisando da
ajuda de muitas mãos e aí envolvemos a família toda: avós, tios, bisavós e quem
estiver por perto. E já inventamos algumas festas em casa extra aniversários,
tipo carnaval e hallowen.
Uma decoração de mesa: as árvores, os tios que fizeram. Os bichos de pelúcia são nossos, da época que eu era criança, o forro pregado na parede eu comprei em uma loja de tecidos. |
Vamos dançar? As fantasias são de camisetas velhas muito bem reaproveitadas! |
Outro ponto são as comemorações
na escola. Não gosto muito, pois é rápida e só para as crianças, mas com o
tempo entendi que para as crianças faz muito sentido, afinal são aquelas
crianças e pessoas que ela convive a grande parte do tempo e cantar o parabéns
com elas é prazeroso. Meu incômodo maior é com o tipo de lembrancinhas... costuma
ser um monte de doces. E como tem sempre uma festa, vem sempre muito doce pra
casa. Esse ano a escola dos meus filhos até mandou um bilhete, sugerindo que as
famílias tentassem evitar os doces e pensassem em novas formas de
lembrancinhas... Ainda bem que a escola não apoia essa mania de dar sempre
doces pra crianças! Depois desse bilhete as coisas até melhoram... Esse ano a
lembrancinha que fizemos para a escola foram: um jogo de boliche para a turma
da Luana (3 anos) e um conjunto de livrinho de atividades, lápis e borracha
para a turma do Yuri (6 anos). Detalhe: o boliche foi construído com meses
guardando as garrafas de iogurte e coalhada que consumimos... Guardamos as
garrafas e depois as enfeitamos, só precisamos comprar as bolinhas.
Esse ano também resolvemos
experimentar não fazer festa aqui em casa. Fizemos a da escola e com a família
a comemoração foi uma viagem. Convidamos os avós, os tios e o primo para um
final de semana em um hotel (estilo fazenda). A idéia foi passar um tempo
juntos, sem outras preocupações, um tempo para os meninos. E foi muito gostoso
andar de bicicleta, caminhar, brincar de balanço e jogar ping-pong com a
família. Foi engraçado andar de pedalinho e cansar as pernas! E andar a cavalo
então, pura emoção. Uma das coisas que motivou essa viagem foi pensar que o
mesmo custo que teríamos para fazer uma festa e chamar um monte de “amigos” que
encontramos algumas poucas vezes no ano, a gente gastaria com essa viagem com
pessoas bem íntimas e que realmente fazem parte do dia-a dia das crianças.
Enfim, foi uma experiência bem prazerosa, pode ser que vire tradição e as
festas acabem sendo realizadas em casa só em outras datas comemorativas...
vamos ver...
Ah! ia me esquecendo! também fizemos "vaquinha" pro presente. Combinamos com a família que a gente não queria um monte de presentes não. cada um escolheu um presente e dividimos o valor entre todos.
Gostaria ainda de agradecer a
oportunidade de ter participado de algumas festas bem legais de outros amigos e
familiares que também assumem o risco de fazer festas menos práticas. Me lembro
de várias! Tipo um piquenique no Parque do Sabiá ou mesmo nas casas das
crianças, com direito a tinta, barro, quebra de vaso de vidro, correira, grama.
Festas com cheiro de casa, com preocupação de quais espaços da casa as crianças
podem ou devem circular e onde não pode, com pais participando das brincadeiras
e dos filhos (outro detalhe dos buffets: os monitores!!! Confesso que adoro o
sossego de sentar na cadeira e relaxar, pois tem um monitor vigiando cada
brinquedo e consequentemente as crianças, mas é pra isso que vamos em festas???).
Ah! E as sementes de girassol brotaram, já foram transplantadas por jardim e estão enormes... os meninos regam todo dia e logo teremos girassóis em casa!
Bom, é isso, só um desabafo e uma
reflexão. Como disse, eu adoro festa, de qualquer jeito, mas as caseiras me
enfeitiçam mais!