Um encontro leve, sem grandes pretensões a não ser o de nos encontrarmos, compartilharmos e crescermos enquanto movimento pensante a cerca da assistência obstétrica em nossa cidade.
Um encontro exitoso, por mobilizar mais de 100 profissionais (a maioria mulheres) de diferentes pontos da REDE SUS de Uberlândia e também alunos e profissionais de áreas afins.
Um encontro forte, por possibilitar a sintonia (e também o confronto) entre vários gestores, profissionais e usuárias da Rede.
Um encontro de pessoas, que se disponibilizaram e se doaram para que o evento acontecesse, assim, sem obrigação, assim, de coração, assim, sem impedimentos... Posso ser injusta se tentar nomear cada uma das pessoas que contribuíram para que o evento fluisse mas posso garantir que tenho o privilégio de estar rodeada de pessoas maravilhosas, algumas que apoiaram a ideia e a bancaram, e muitas outras que me ajudaram na parte "burocrática" da história. A todas essas pessoas, minha gratidão e minha disposição para contribuir quando também precisarem.
O encontro começou com a apresentação de uma reportagem aqui de nossa cidade (aqui o link) com o relato muito simpático de uma parteira tradicional, uma mulher que teve um parto normal e algumas profissionais, incluindo eu!
Logo após, demos início à apresentação do Protocolo do Parto Seguro pelo Hospital Municipal, seguido da reflexão sobre a interrelação do mesmo com todos os outros pontos da REDE pelos quais a gestante perpassa durante sua gestação e do bate-papo junto com os participantes do Encontro.
Um breve intervalo e inciamos a segunda mesa com a exibição de um vídeo-relato de parto de uma mulher que realizou a versão cefálica externa (VCE) durante sua gestação. Exibimos o trecho inicial desse vídeo antes da apresentação mais teórica sobre o procedimento da versão cefálica e suas evidência científicas quanto a segurança e indicação dessa manobra, a apresentação do ambulatório de VCE no Hospital Municipal e a conversa com uma mulher (a mesma do video e querida amiga) que passou pelo procedimento, seguido de um interessante bate-papo.
Encerramos o evento com lágrimas nos olhos pela emoção despertada pelo nascimento registrado no vídeo (acesse o vídeo aqui).
Minha gratidão a todos que compartilharam sua tarde comigo, especialmente aos profissionais que contribuíram com suas experiências nos dois temas apresentados. E ainda um agradecimento ao Hospital Municipal e seu engajamento pela melhoria na assistência obstétrica em sua instituição, a resposta das usuárias e os índices estão aí para provar que é possível sim mudar!!!
"O movimento pela humanização do parto pertence ao movimento maior de libertação do espírito humano e do ser humano concreto das formas aprisionadoras do passado (...). Humanizamo-nos quando nos resgatamos como sujeitos críticos, pensantes e dialéticos capazes de questionar e encontrar sínteses criativas para os desafios e as aparentes contradições da vida. Na humanização não se trata de mudar um protocolo por outro, nem de mero treinamento de profissionais para atuarem diferente. O fracasso dessas tentativas mostra que humanizar é muito mais do que uma troca de modalidade de ação. HUMANIZAR É MUDAR UM MODO DE SER, DE ENCARAR A PROFISSÃO, DE INTERAGIR COM COLEGAS E CORPORAÇÕES, DE LER PESQUISAS CIENTÍFICAS E DE LIDAR COM A PRÓPRIA SUBJETIVIDADE."
(Adriana Tanese Nogueira, em seu livro: A alma do Parto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário